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Vivendo e renascendo com a morte


Vivenciamos durante nossa existência, diversos e variados episódios de morte. Enterramos, por vezes, hábitos que já não nos servem para prosseguir em uma jornada rumo ao crescimento integral do SER. São ideias, atitudes e conceitos que ao cumprirem seu objetivo, se tornam miudezas conscientes perante a nova visão que desabrocha através de uma busca disciplinante, para melhorarmos como pessoas.
A palavra ” morte” carrega, durante toda sua existência, uma egrégora negativa imposta por nossa cultura. Um condicionamento que nos conduz ao abraço com o medo, o pânico, o terror e a tristeza. Sua pronúncia é temida e vive oculta em nosso consciente como um monstro que irá surgir, inevitavelmente, em algum momento de nossa vida.
Como toda transformação, ela rompe parte de nossa matriz causando uma certa insegurança frente ao desconhecido. É natural que a dor, sofrimento, tristeza e saudade apareçam nesse instante, porém é escolha de cada um permitir que se prolonguem e se eternizem. Quando escolhemos olhar, receber e aceitar a morte como uma brilhante oportunidade para iniciar algo diferente, poderemos despertar a paz integral em nosso interior. Abriremos as portas da harmonia, dançaremos com as estrelas da motivação para continuar por uma trilha convidativa à surpresas esperadas e inesperadas.
Estamos morrendo , constantemente, desde que nascemos. No momento em que abandonamos o útero quente e protegido de nossa mãe e mergulhamos em um túnel escuro, desconhecido, que não sabemos onde levará, eis a morte presente.
O que fazemos?
Nada. Apenas aceitamos nos deixar ser conduzidos em um fluxo que fará brilhar, em instantes, a luz da VIDA.
Percebem?
Movemo-nos, deixando uma vida para existir em outra forma de vida.
Estamos morrendo quando transitamos da adolescência à idade adulta, quando escolhemos nos casar e abandonar nossa vida de solteiro, quando optamos por ter um filho e assumir todas as mudanças que são trazidas em conjunto com essa decisão. Enfim, quando nos atentarmos para que um novo ciclo possa começar, é necessário que termine um outro. Não temos escolha em relação a isto. Tudo tem um começo, uma duração, um fim e um recomeço, é um ciclo eterno.
Observem a árvore que surge a partir do plantio de uma semente. Ela permanece por um período no útero da mãe Terra, vai se desenvolvendo e vira um brotinho que ultrapassou as barreiras do solo, com rochas e grãos. Ela aguenta firme todas as tempestades, ventos e fatores ambientais , ainda assim, consegue prosseguir em crescimento para sua evolução. Vai morrendo em uma forma e revivendo em outra ainda mais bela.
A morte nos trás uma mensagem muito bonita, de que podemos aceitar as transformações, alimentando a esperança de entrar em um mundo desconhecido, com segurança e confiança na fé que possuímos. Compreender a morte é realmente entender a vida. É conceder a transição de uma forma para outra. É abrir as asas flamejantes dessa transformação e voar para uma nova existência. É ousar em descobrir novos horizontes e se aventurar pelos olhos do novo.

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